quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Loucura funcional

"Pô, comprei aipim ontem e acho que estragou."
"Mandioca. Era cozida?"
"Não. Descascado. E de ontem pra hoje ele, o aipim, ficou todo pintadinho de cinza. Parece um fungo. Vou cozinhar mesmo assim. Se eu me intoxicar e morrer, manda rezar uma missa pra mim?"
"Come sim. Se der barato me chama."

:: 27.01.2010 ::

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

MCPmate - Jils


Para iniciar esta etapa, nossa querida e atormentada Jils, que anda sumida. E não se intimidem. Cliquem sobre a foto que a imagem é grande.

Como o incrível e mundialmente renomado Concurso Fotográfico MCP, misto de reality show e enredo de sessões de autoamor de muitos dos nossos leitores e leitoras, tinha quantidade definida de participantes, e mesmo depois disso algumas leitoras mandaram suas contribuições, sem mencionar o fato de que algumas das participantes mandaram mais de uma foto, e como o que é bonito tem que ser mostrado, e como esse fundo preto só com letras cansa a amizade, eventualmente publicaremos "fotinhas" remanescentes do concurso. Se alguém tiver alguma objeção com as fotos enviadas, avise já, ok?

Avisamos às leitoras exibicionistas que o espaço está aberto. Tá cheio de voyeur por estas bandas. O MCP é melhor que vestiário de academia com buraco de fechadura grande.Mandem suas fotos.

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Scat (parte 2)

De volta ao ônibus, viagem longa pela frente, o Zé notou que o garotinho da poltrona ao lado engatou umas ânsias, então achou por bem não mexer mais no "problema". Na segunda parada, foi no banheiro do posto averiguar e viu, aterrorizado, o ceroto se materializando, além da impressão de que o cheiro não saía da mão ao lavar.

Nove horas na estrada, uma nódoa amarelada se materializando ao redor do zíper do jeans surradão, o Zé teve a sensação de que aquilo tudo estava virando requeijão, e que o cheiro atravessaria a calça inundando o ambiente do ônibus. No desespero, foi no banheirinho e começou a lavar o bilau naquela pia portátil mesmo.

Só que numa curva mais fechada a porta abriu e o Zé foi atirado fora do banheiro com o jubileu na mão, e se estatelou no colo de uma senhora gorda que começou a gritar. Testemunhas relataram que uma nuvem amarela empesteou o recinto.

Pra piorar o desastre, surgiu entre os passageiros um policial militar, que imediatamente enquadrou o rapaz: "atentado ao pudô, cavalheiro". Desconsolado, o Zé achou por bem nem tentar se explicar. Ficou dois dias na delegacia de Registro, até que um amigo advogado fosse até lá providenciar a liberação. Dois dias sem banho, diga-se de passagem. Há rumores de que o pinto do Zé caiu.

:: 15.01.2010 :: com colaboração do amigo Luiz "Macaco" Calmon

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Scat (parte 1)

O Zé ia pegar o ônibus Rio de Janeiro - Curitiba lá pelas dez e meia da manhã. Seriam onze cansativas horas de viagem. O fato é que o final de semana tinha sido divertido. O primo carioca apresentou umas amigas, entre elas uma balzaca que sinalizou que ia rolar. O combinado era o Zé passar na casa dela pela manhã antes de viajar, pois era perto da rodoviária e bem a hora que ficava sozinha em casa.

A louca abriu a porta de roupão. Numa examinada rápida o Zé percebeu que não tinha nada embaixo. Daí pra se atracarem foi um pulinho. Pra variar, ele andava na fissura, por isso não reparou que a moça era um "rio caudaloso", daquelas de lambuzar tudo, e no embalo não viu o tempo passar. Às dez e pouco saiu atropelado, nem deu tempo de se despedir direito, muito menos de tomar banho. Quando muito, limpou mal e porcamente na cortina.

Três horas de viagem, o busão para na lanchonete pro povo "desabastecer". Foi aí que a sensação incômoda se manifestou. Parecia que alguém tinha quebrado um ovo dentro da cueca do nosso amigo. Na hora em que ele abriu o ziper e pegou, tateou aquela gosma morna e viscosa, além de sentir uma maré estranha.

(continua)

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Saquenagem

Este conto é contribuição de um amigo muito talentoso, que preferiu não se identificar. Deixamos aqui um recado pra ele: caso mude de ideia, é só avisar que corrigimos a injustiça.

— Assaí, não é fruta?
— A fruta é com cedilha. Então, fica no norte, perto de Londrina. Ano que vem, depois da facul, volto pra lá, meu noivo, a família do meu noivo, tem um sítio, nem cinco minutinhos da cidade.
— Tá, mas vai largar a publicidade pra ser dona de sítio?
— Não. Gueixa.
— Hã???
— É. "A kind of", viver para servir. Meu marido trabalha e sustenta, eu o divirto, o mantenho feliz, amanhã ele trabalha e sustenta, a perfeita roda da vida. É pra isso que servem, todos iguais, homens, todos iguais, tanto faz, melhor que seja alguém dócil, e feliz, que sei onde tá o dia todo.
— Cínica. Pra que estudar, então?
— A boa diversão requer inteligência, não? E enquanto ele trabalha, tenho que ter o que pensar né?
— Vais é morrer de tédio.
— Sempre vou poder dizer, larguei tudo, chantagenzinha básica, sabe? Londrina é logo ali, um pulo no shopping, torro o dinheiro dos tomates, ou sei lá do que.
— A gente não se vê mais então?
— Depois não. Por que, gostou?
— Vou te dizer, achei que a "coisa" era mesmo atravessada...
— Bobo.
— Se bem que quando você vira, contorce, aperta, parece mesmo que é.
— Bobo, bobo. Vai me esquecer logo.
— Ah, não, não esqueço, vou lembrar sempre... huum, sashimi... molho de ostra, ó...
— Não, bobo, pare... não... me dá... mais saquê... ai... ai, sim... sim, não pare...

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Numa pensão barata

me dá aqui esse chiclete que tu tá comendo pra mim tapar esse buraco na parede. não quero que esses indecentes espiem enquanto a gente faz coisa. tem vez que gemem mais alto que tu. eles emporcalham tudo que a gente faz de bonito aqui.

pensa que eu não sei que mal eu desço a escada eles começam a bater na porta tentando a sorte de tu estar louca a ponto de não resistir e dar pra qualquer um? por isso eu acabo a birita na noite. e se eles trouxerem mais birita, o que tu faz? abre a porta? abre as pernas?

me dá logo esse chiclete que eu tô com pressa, vamos fazer logo que daqui a pouco o chefe me chama pro trabalho.

:: 24.04.2008 ::