domingo, 31 de outubro de 2010

Completinha

Fechamos a IV Semana da Contribuição MCP com mais da safadeza lírica do mago @Heru_sa.

Ela foi uma das poucas profissionais que contratei e não me arrependi.
Corpo admirável, prestava seus serviços com entrega total, sem nenhuma frescura, sentando onde tinha que sentar e engolindo o que tinha que engolir, sem látex, "all inclusive, no extra charges".
Aliás, desempenho oral marcante, inesquecível, massagem no saco com uma mão e a outra, com perfeição, revezando o ritmo com a boca, língua e dentes.
Não perguntem o nome, não faço a menor ideia. Se precisarem de um, procurem nos anúncios e escolham qualquer nome entre as universitárias completinhas, que serve.
O fato é que, passados alguns anos, hoje a vi na fila do restaurante por quilo, e tive que controlar o pensamento para não demonstrar demais o meu enrijecido entusiasmo em reencontrá-la.
Claro que não me reconheceu. E bastou aquele primeiro momento de dúvida, é ela não é, para evaporar-se qualquer pretensão de ir conversar. Duas menininhas, uniforme pré-escolar, correm em direção a ela, mamãe, mamãe...O suficiente para disparar meu alarme, epa... e dito e feito, atrás das crianças o suposto pai, cara de boa gente, inocente até, beijos e abraços na reunião familiar.
Não dá para afirmar que o mundo tenha perdido uma excelente profissional, pois nunca se sabe. Mas com certeza ganhou um marido sortudo

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Mulher Fruta

A Vampira Déa marca presença  aqui desde os primórdios do blog, com seus comentários carinhosos e perversos. Esta mistura boa está presente na sua participação na IV Semana da Contribuição MCP, junto com uma surpreendente dose de cinismo. Saboreiem a fruta.

Em criança seu sonho era ser Paquita, mas nunca foi bonita tampouco teve coragem suficiente para oxigenar os cabelos. Então agora adulta seu sonho era ser mulher fruta, 35 anos, do alto dos seus 1,50 m de altura e 80 kg tinha uma linda bunda miúda e o restante estava tudo em cima: barriga em cima das coxas, seios em cima da barriga, pernas finas bem torneadas e com pelinhos virgens nunca raspados nem clareados.
 
Não deixava de sonhar em ser mulher fruta desejada pelos homens. Gostava de vestir seu vestidinho curto rosa choque e nos dias da aula em vez de perder tempo com livros e pesquisas ficava subindo e descendo escadas, tentando chamar atenção, ou melhor: ser agredida verbalmente pelos coleguinhas demagogos e assim poder processá-los junto com a universidade, ficar rica, famosa e fazer muitas plásticas para ficar mais linda.
 
Vivia ensaiando passos de dança, subindo e descendo em frente ao espelho com sapatos dourados de saltos altíssimos com minúscula saia, top, fio dental e dedinho na boca é claro.
 
Um dia seu sonho se realizou, voltando da faculdade em que, com muito sacrifício de seus pais, frequentava há seis anos o curso de turismo, sonhando um dia visitar as praias do Paraguai, passou por um terreno baldio e um maníaco investiu com uma faca sem mesmo ela ter tempo de gritar. Arrancando nacos de carne ele não deixou nem um pedaço, ela foi desejada e saboreada como fruta doce e suculenta até os caroçosou seriam ossos?

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

O herói

Nosso personagem e anti-herói preferido contextualizado pelo @Heru_Sa.

Lá pelo meio dos anos 90 o Zé ainda tava na faculdade e claro que a grana era curta, contada no dia a dia para as prioridades. Festa definitivamente não era prioridade, o que na turma festeira o deixara com fama de mão-de-vaca.

Acontece que o Tonhão, amigão do Zé, ia casar, e convidou os mais chegados prum bota-fora numa chácara ali na saída para as praias, atrás do último motel da estrada, contorna e buzina no portão, "bebidas por minha conta, mas comida cada um paga a sua".

Não tinha como não ir, e no dia combinado a turma de uns sete, o Zé de carona, se mandou pra tal chácara. Pela ansiedade, acabaram chegando tão cedo que tiveram que esperar uma meia hora na frente do portão, que só abriu quando chegou a kombi com as meninas.

No meio de uma vila operária, o lugar era surpreendentemente bacana, e em volta da piscina coberta, perto do bar, tinha dessas confortáveis cadeiras de varanda, onde a turma se acomodou e passou a consumir uísque paraguaio e fumar os charutos que o Alfredinho tinha levado, mais a pipoca da casa, numa saborosa conversação que só terminou uns cinco litros e duas horas depois, quando enfim as meninas se juntaram a eles, semivestidas a rigor.

Depois de mais meia hora de putaria, o Tonhão já tinha escolhido a mais jeitosa, a colegial. Logo ela pulou do colo dele e chamou a todos para o salão, onde desempenhou um belo strip, deixando ao final o Tonhão só de cuecas. Peladinha, a jeitosa puxou o noivo pela mão até uma hidro e acabou convencendo-o a também tirar a última peça de roupa, na presença de toda a rapaziada, revelando pra turma o que só desconfiavam, a razão de ser ele "O Tonhão".

O Zé percebeu então que cada um já tinha se ajeitado com alguma servidora da casa, e antes que a mais trubufu sobrasse pra ele, ou que ficasse sozinho vendo a jeitosa desfrutar dos atributos do noivo na banheira, se acertou com a penúltima na ordem de feiúra, 100 reals uma hora.

Lá pelos 15 minutos no quarto, misturou tudo. A feia, o uísque ruim, o charuto com pipoca, a memória da visão do Tonhão e a idéia de estar jogando cenzão no lixo, e o Zé brochou irremediavelmente.

Pra não ficar marcado, combinou com a menina que ficariam conversando o resto do tempo. E que pagaria 50 em dinheiro ainda no quarto, e lá fora, na presença de todos, daria mais um cheque de 50. E assim o Zé foi o herói da noite, o único que conseguiu fazer a farra pela metade do preço.

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Rabuda

Iniciamos a IV SEMANA DA CONTRIBUIÇÃO MCP com esta delícia de continho do amigo e misterioso @Heru_sa. Esse cara filosofa bastante sobre a natureza humana.

Domingo à tarde, 40 graus, templo cheio, mais uma possuída para exorcizar e de cara o pastor ficou com pena do Capeta, como era feia a pobre.

Começou o esconjuro e quando enfim a pegou de jeito, sai desse corpo que não te pertence, mão no pescoço e outra pelos cabelos, ela dobrou o corpo de um jeito que, enquanto o Tinhoso corcoveava, a bunda esfregava abaixo da cintura do homem santo.

Microfone na mão, aos berros com o Rabudo, o pregador constatou, que diabos, a coitada nem é tão feia assim, e que rabo!

A gritaria e a bolinagem continuaram quase ao êxtase mas, antes que lá nos quintos ficasse mal falado, ser encoxado assim já é demais, o Bode-Preto se mandou.
- Volta outro dia sem culto, irmã, que é pra gente continuar a limpeza.

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Dialogozinho que precede hora de descarregar o lixo

- eu não falo essas coisas. eu não digo obscenidades nestas horas. sou completamente silenciosa.
- admirável isso.
- e nada de luz também. só totalmente no escuro.
- falta me dizer que se limita à posição do missionário.
- essa eu nunca experimentei!
- é o papai-mamãe.
- ah, tá. e prefiro que quem estiver comigo não fale nada. e é melhor não tirar a roupa toda, só o necessário.
- e daquele lençol com um furo no meio, você tem?
- tenho um. acho que você vai gostar.
- sexo para fins reprodutivos, então?
- vou encomendar um desses lençóis pra você numa bordadeira.
- mas de cor bem branquinha, viu?
- claro! o tom da pureza.
- e que nunca fique manchado. é usar e lavar toda vez.
- tirar toda a SUJEIRA dos nossos pecados.
- não desvie sua mente pensando nessas coisas nojentas, querida.

:: 29.11.2008 :: uma antiga -- e profícua -- parceria

sábado, 9 de outubro de 2010

Cidinha e a diversão da molecada

Meu tio Gatão estava com uns quatro moleques da rua, de bobeira. Eu ali, meio que obrigado. Sempre gostei das coisas mais científicas. Era rua de cidade pequena, onde eu passava as férias. Eu tinha uns dez anos, ele uns quatorze.

Percebi que a molecada silenciou. Uma pretinha descia a rua toda faceira, vestidinho de chita, descalça, sorrisão branco na boca. Parou para conversar com eles — eu era um expectador. Sem rodeios o Gatão lascou:
- Então, Cidinha, vamos repetir o que fizemos no matinho outro dia?

Eu nem imaginava do que eles estavam falando. Ela nem titubeou:
- Não. Vocês me prometeram um 'chicrete' e depois não me deram.
- Ah, mas hoje eu te dou, juro para você - respondeu meu tio, com toda gentileza e malandragem que sempre marcaram sua vida.

Então subimos todos numa charrete (isso mesmo!!!) e fomos até um matagalzinho que havia perto do quartel da vila. Entramos um pouco no mato e, começando pelo Gatão, toda a garotada se serviu da Cidinha. Menos eu, que estava 'verde' ainda, mas observei tudo com atenção — lembram? interesse científico!

Acabada a brincadeira, subimos na charrete e voltamos para a frente da casa do meu avô. A Cidinha desceu por último, cuidadosamente ciceroneada por meu tio. Antes de se despedir cobrou o chiclete. Meu tio ficou devendo.

 
:: 09.10.2010 :: Contada numa delicada conversa familiar numa taberna antes de Óbidos, Portugal