terça-feira, 6 de setembro de 2011

Opala vermelho (parte 3)

Resolvi apresentar minha namorada para minha mãe, que fez um jantar especial porque eu pedi. Ela apareceu com o cabelo pintado de loiro. Minha mãe estranhou, pois eu já havia descrito, e muito, a "amiga" que ia nos visitar. De certo modo, acho que ela fez aquilo para me atingir. Por outro lado, no jantar se comportou feito uma dama e isso me agradou muito.

Depois saímos de opala, ela dirigindo, e passamos um bom tempo zoando. Numa esquina havia dois rapazes bem vestidos que pediram carona. Ela parou e convidou para entrarem no carro. Não fui nem um pouco simpática e ela notou. Mas não deixou de se insinuar para os dois. Encostou o carro perto de um bar — o lugar para onde eles estavam indo. Um deles tentava ser legal comigo. Isso me desarmou. Nunca fui mal educada.

Minha namorada se aproveitou e sugeriu que trocássemos de lugar — até ali estávamos as duas no banco da frente. Aquilo me revoltou. Falei que não estava passando bem. Os rapazes ficaram no bar e nós fomos até um dos nossos lugares. Ela tentou se justificar, disse que só queria se divertir um pouco, sair da rotina. Eu estava furiosa, cheguei a bater nela. Eu perdia o controle quando sentia que ela tocava em mim como quem puxa um prepúcio. Naquela noite não houve mais carinho.

(continua)

4 comentários:

vinícius disse...

sigo no aguardo da sequência.

Anônimo disse...

opa, opa.... é ELE ou ELA narrando o conto, pq uma hora parece um homem, depois tem algumas palavras que são de mulher falando.

Falow

Anônimo disse...

Um exemplo: "Ela parou e convidou para entrarem no carro. Não fui nem um pouco simpáticA e ela notou." Mas não era um cara narrando?

Gustavo Martins disse...

Amigo(a) anônimo:

Brincamos muito com essa ambiguidade aqui no MCP. Mas na noveleta em questão não há dúvida, desde a primeira parte. Veja: "Eu e minha namorada, no opalão, éramos loucas de dar nó."

Portanto, releia tudo sobre esta outra ótica: trata-se de uma MULHER narrando.