quarta-feira, 25 de abril de 2012

Acontece com quem chega de fininho

Reunião de trabalho tensa, densa. Horas debatendo assuntos que patinavam, o chefe às vezes ameaçador, às vezes distraído. O tempo demora passar. Tomo água, bastante, para me manter acordado. Não me sujeitei ao vício do café, mas isso tem consequências.

O almoço não caiu bem, o intervalo foi curto e comi rápido, e continua a tortura. Sinto movimentos na barriga. E o chefe polidamente descasca uma descompostura para toda a equipe. Minha bexiga me mata depois de mais um copo d'água.

Meio da tarde, quando o ritmo diminui e o chefe atende um telefonema, escapo para o banheiro. Dou aquela geral, inclusive sob as portas: estou sozinho. Viro para o mictório, deságuo e, com o relaxamento, solto um peido tão longo que atinge três notas musicais.

Percebo um movimento atrás. Batata que o chefe está na pia contendo uma reação ao meu solo. Não consigo segurar: "Acontece com quem é muito discreto". Ele não entende e replica: "Você é MUITO discreto!"

Volto para a sala, ele me segue e encerra a reunião em minutos. Nunca mais se falou no assunto.

:: 25.04.2012 ::

terça-feira, 17 de abril de 2012

Alta tensão

O camarada Diego Jacob Dick é da turma de Belém e já contribuiu no MCP. Ele dá umas sumidas, mas sempre aparece por aqui. Preparou este continho no formato que a gente (leitoras e escritor) aprecia, com aquele toque lupciniano de "esses moços, pobres moços..."

Uma noite torridamente fria a qual apenas a volúpia sexual vale de algo. O marido segura as mãos da amada entre as suas, com toda gentileza possível, mas muito seguro de si para dizer:
- Amor se tu quiseres fazer o fio terra hoje, por favor lixe as unhas antes.

Ele respirou aliviado quando ela retirou suas mãos e iniciou o processo de tratamento das unhas. "Dos males o menor", pensa.

Minutos depois ela volta com apenas três unhas lixadas. Sagaz, como toda mulher, percebe a curiosidade do cônjuge e explica:
- Comigo o negócio é trifásico. Então vira logo.

quinta-feira, 12 de abril de 2012

A história de uma noite em quatro frases

Este é do sumido, mas ainda presente -- e talentoso pra coisas de "saliença"--, Vitor Hugo. Dá-lhe Vitão! Menos trabalho é mais produção.

- Minha casa não é por aqui.
- ...
- Tá, nós vamos entrar, mas só para assistir televisão.
- ...
- Desliga essa televisão.
- ...
- Não acredito que a gente fez tudo isso e você ainda está de meia - com a voz ainda trêmula.

quarta-feira, 11 de abril de 2012

Viúva Negra

Conhecemos o blog da Renata Madureira (Brasília - DF) por indicação. Tem um tom confessional e despretensioso. O continho que trazemos a vocês tem bem o clima daquela parte "Para mulheres inteligentes" do livro MCP.

Após a cerimônia, cheia de seriedade, explicava que casamento na igreja católica era para sempre. A sogra pensou um pouco e respondeu:
- E se não der certo, não se separam?
- Bom, na minha igreja é para sempre, não existe separação, é até que a morte nos separe. Então se não der certo sinto dizer que terei que matá-lo.

Agora que o casamento já era, tinha que suportar os familiares e as perguntas dos desavisados. E o fulano, porque não veio? Era um sacrifício ir a qualquer reunião familiar nesses dias, pois alguém sempre vinha lhe perguntar sobre o marido. E ela não sabia o que dizer, estava cansada de todas as explicações, as pessoas queriam entender, saber os detalhes. Como pode uma moça católica largar o marido?

Cansada de tantas explicações pensou que mais fácil seria se fosse viúva. As pessoas ficam com pena e acabam evitando estender o assunto.

Então, no casamento seguinte soltou de repente para o tio cheio de boas intenções:
- Morreu!
- Como? Morreu!
- Ah, ela disse, ele teve uma enorme diarréia e correu para o vaso sanitário. Ao se sentar, o vaso de repente explodiu! Acho que foi terrorismo. Colocaram uma bomba bem no meu banheiro! Foi merda pra todo lado, difícil foi distinguir o que era ele do que era excremento.

O tio ficou chocado. Olhou pra ela com pena, pensou que devia ter perdido o juízo. Pobre da sobrinha sem marido, o que seria dela.

Logo a prima abelhuda foi se chegando.
- Cadê o fulano? Deixou você vir sozinha?
- Morreu!

segunda-feira, 9 de abril de 2012

MCP no jornal Relevo de março de 2012

Tivemos a satisfação de ser convidados pelo Daniel Zanella, editor do impresso mensal de literatura Relevo, a participar da edição de março do periódico, ao lado de feras como Joca Reiners Terron e Paulão de Carvalho (parece combinado). Vocês já devem ter lido por aqui, mas vale uma leitura no "papel".