segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Escambo

Botequim de beira de estrada. Eu na mesinha de fora esperando o tempo e o calor passarem. Pensava em dormir relaxado logo depois, e tocar viagem dia seguinte bem cedo. A conversa lá dentro chamou a atenção.

O Sebastião, de meia idade pra mais, engravidou a esposa fogosa, mas pegou nojo de ter com ela grávida. Mal encostava na mulher. Pediu para o amigo Uilso "cuidar" dela durante esse tempo, porque faltar à obrigação acabaria por transformá-la num cramulhão ensandecido. “Eu arrupio só ni pensar”, desabafou.

Passadas umas pingas, o Sebastião começou a negociar com o Uilso pra pegar a mulher dele na troca. Uilso, mais jovem e varonil, retrucou que daria conta das duas, que o amigo fosse procurar uma puta.

O problema é que a mulher do Sebastião era brava e não gostava de puta, não deixaria ele ir com uma qualquer. E claramente ela é que comandava o show, liderança herdada do medo que os outros tinham de enfrentar a febre dos "ormoni". A mulher do Uilso, tadinha, não sabia ainda do acordado.

:: 21.09.2012 :: Doce historinha contada pela incrível Lu

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Das diversas formas de tornar o filho um macho

O cortiço no fim da rua rendia histórias divertidas para animar as conversas da vizinhança. Eram algumas casinhas germinadas, improvisadas, e, nelas, gerações de famílias amontoavam-se em poucos cômodos. Difícil dizer se a criança era filho, irmão ou neto de alguém. Entre elas tinha o Leozinho, moleque grudento que era o terror quando entrava em casa para brincar. Falava demais, contava vantagem, fuçava em tudo... e a situação se agravou.

A mãe do Leozinho era uma gorda impetuosa, que visivelmente se impingia sensualidade. A ascensão da classe D (bolsa família, bolsa gás, defeso etc.) premiou-os com um aparelho de DVD. Ela então teve a grande ideia de passar filmes pornôs para o filho assistir, desde os dois anos. O pior é que alardeava entre os pares que “assim ele aprende e vira macho”.

Até o dia em que a turminha da rua (os do cortiço e os demais) se enfurnou numa garagem e resolveu brincar de médico ou coisa parecida, e o Leozinho tascou uma dentada no bingolim de outro moleque. De tirar sangue. Necessário explicar o que causou a dentada?

Do posto de saúde (foram só uns pontinhos e um trauma indelével) a mãe do "mordido" foi direto à delegacia dar queixa. A Justa acareou os envolvidos e achou por bem contemporizar.

Dias depois, tudo voltou ao normal na rua, menos as sessões de pornô, pois a mãe desnaturada tomou uma descompostura do delegado e o fato de a presença do Leozinho gerar certo alvoroço e passar a ser monitorada de perto pelas famílias.

:: 13.09.2012 ::