Reunião de trabalho tensa, densa. Horas debatendo assuntos que patinavam, o chefe às vezes ameaçador, às vezes distraído. O tempo demora passar. Tomo água, bastante, para me manter acordado. Não me sujeitei ao vício do café, mas isso tem consequências.
O almoço não caiu bem, o intervalo foi curto e comi rápido, e continua a tortura. Sinto movimentos na barriga. E o chefe polidamente descasca uma descompostura para toda a equipe. Minha bexiga me mata depois de mais um copo d'água.
Meio da tarde, quando o ritmo diminui e o chefe atende um telefonema, escapo para o banheiro. Dou aquela geral, inclusive sob as portas: estou sozinho. Viro para o mictório, deságuo e, com o relaxamento, solto um peido tão longo que atinge três notas musicais.
Percebo um movimento atrás. Batata que o chefe está na pia contendo uma reação ao meu solo. Não consigo segurar: "Acontece com quem é muito discreto". Ele não entende e replica: "Você é MUITO discreto!"
Volto para a sala, ele me segue e encerra a reunião em minutos. Nunca mais se falou no assunto.