quinta-feira, 25 de abril de 2013

NaNovela Curitibana 4 - Alta sociedade não acolhe bastardos

Ginecologista famoso
Construiu o hospital de caridade
Com os lucros da fábrica de anjinhos

:: 25.04.2013 ::

quarta-feira, 24 de abril de 2013

NaNovela Curitibana 3 - Separação arranjada

Internou o filho no Bom Retiro
Para impedi-lo de casar
Com a mulher que ele amava

Uma stripper

:: 24.04.2013 ::

terça-feira, 23 de abril de 2013

NaNovelas Curitibanas 1 e 2


Paraíso curitibano

Torriton toda sexta
Inveja da vizinha
Carrão de luxo zero km
Conta no vermelho



Cavaleiro matinal

Manhã fria curitibana
Enfrento o dragão mais terrível
O despertador

:: 23.04.2013 ::

sexta-feira, 12 de abril de 2013

O major do Mustang vermelho e a supervisora da Avon

Mais uma contribuição sensacional da irmãzinha Valéria.

Jennifer Natally era moça de boa índole, começou a trabalhar cedo para ajudar a mãe viúva. Foi mãe solteira aos 17. Não teve chance de cursar enfermagem, como sempre sonhou. Virava-se bem, era supervisora de vendas Avon. E com muita economia conseguiu comprar um Celta usado assumindo 49 prestações.

Já Luiz Henrique era moço bem nascido. Sempre teve de tudo e nunca soube o que era abrir mão de seus sonhos. Fascinado pela carreira militar, estudou a vida toda no colégio dos milicos. Seguiu carreira e chegou a major antes do esperado. Divorciou-se aos 41 e comprou um Mustang vermelho. Queria gozar a vida de verdade.
 

Jamais as criaturas descritas acima teriam se cruzado, não fossem unidos pelo acaso numa daquelas situações que nivelam as pessoas, independente de classe social: o congestionamento das 18h.

Ela sabia que aquela bostenga de carro tinha sido barata demais. E foi ali na Rua Tibagi, pertinho do Terminal do Guadalupe, que a beleza apagou. Todo mundo buzinando, não teve jeito: saiu do carro, abriu o capô e fez cara de entendida no assunto. Chamar quem pra ajudar? O Espírito Santo? Nisso, Luiz, moço educado e de boa formação, na filosofia do "braço forte e mão amiga" percebe a situação da moça, estaciona seu Mustang na vaga de carga e descarga e...

- Oi! Precisa de ajuda, moça?

Jennifer desenterra a cabeça do motor, e pensa estar delirando: 1,80m, atlético, jeito responsável, ar seguro e, de quebra, UMA FARDA! Toda camufladinha. Um verdadeiro espetáculo com a camiseta justa, ondese lia em verde: Major Richtemberg. A mulher entendeu imediatamente que não precisava se preocupar com mais nada naquela situação.


Foi fácil consertar o carro, ele entendia do assunto. Ela, quase babando:
- Nem sei como agradecer!

Para ele a expressão da moça era recorrente e natural.  A mulherada do Santa Marta e de outros estabelecimentos do Batel, que ele já fingia nem perceber mais, apresentava com frequência aquela mesma expressão. Mas naquela tarde ele estava de ótimo humor:
- Pode me agradecer indo comer alguma coisa comigo ali, na próxima quadra. Vamos?

É claro que foram. O restaurante pequeno tinha toalhas de plástico floridas na mesa. Pediram uma cerveja e frango a passarinho. O papo estava engraçado com os erros de português e gírias da mulher. Ela foi ao banheiro retocar o batom. Ele foi atrás... e foi com tudo. Ela foi “arremessada” contra a parede, já no colo do major. A saia curta favoreceu o que parecia uma cena de cinema na cabeça da moça, que já havia passado por isso, mas nunca com aquela pegada. Transaram em pé, na parede do banheiro. Quando ele "chegou lá" ela sentiu que a sua vida poderia acabar ali, já teria valido a pena. E pensou "Deus, o Senhor olhou pra mim e ouviu as minhas preces outra vez? Isto está mesmo acontecendo?", já imaginando os lindos bebês de olhos azuis que poderiam ter assim que casassem.

Enquanto ele pensava "É, às vezes é bom sair da rotina. Principalmente sem precisar sujar meus bancos de couro. Nota cinco, a infeliz é piriguete, mas parece legal... eu não devia ter feito isso, mas ela quase me implorou."


Despediram-se em dez minutos. Ela lhe entregou o cartão de supervisora. Ele jogou o cartão na lixeira do carro porque, como todo mundo sabe, curitibano não suja a rua.

terça-feira, 2 de abril de 2013


minhas working boots
minha música rasgada
meus óculos escuros
meu olhar indisfarçável
minha língua ferina contida
meu sufoco quando aprisionado
minha pose falsa de motoqueiro durão
minha busca pela embriaguez permanente
meu medo da rejeição

::02.04.2013 ::