quarta-feira, 18 de setembro de 2013

O politicamente correto e a brutalização das relações

Entre um copo e outro, o assunto era o perigo que os conquistadores correm, hoje em dia, de serem capturados naquilo que a justiça acha por bem configurar como "relação estável". Falou-se até num contrato que existe hoje, que certos casais desapegados celebram, garantindo que tudo ali é só namoro e desobrigando-se dos bens e ganhos do outro. Um tipo de separação universal de bens sem o "pode beijar a noiva".

"Onde está o romantismo?", retrucou o Zé. "Parem de racionalizar tanto, vocês são uns covardes!". Mas os cuidadosos continuaram a falar dos perigos de levar uma peguete repetidamente para casa.

O Zé defendeu seu ponto de vista romântico com aquele ideal de "one night stand" seguro:
1) O sujeito lá na balada, antes de "dar uns pega" na garota, pede a identidade, verifica se é maior e chama duas testemunhas, pois se o documento for falso, ele é que foi enganado.
2) Chegou em casa com a piriguete, nada de dar bebida para ela, para não correr o risco de ser acusado de estupro de vulnerável.
3) Falando em estupro, antes do vuco-vuco, fazer a moça assinar uma declaração de que praticará o coito de livre e espontânea vontade, leva num cartório, reconhece firma e, aí sim, podem festear.

"Vocês vão todos à merda!", descascou o Zé.

"Quebrar a regra da segunda saída é muito risco", argumentou o cuidadoso-mor. "Vejam o que aconteceu com as diaristas. Você só pode chamar em casa no máximo dois dias por semana. Passou disso tem que registrar em carteira."

"O negócio é pegar prostituta. No fim das contas sai mais barato e não tem encheção de saco", disse o terceiro.

Aí o Zé não se aguentou: "Você que pensa. Seguindo essa lógica, se você começar a sair demais com uma 'preferida', pode levar um processo de relação estável. E no caso da vara de família te liberar, ainda corre o risco de levar um trabalhista na testa por falta de registro em carteira."