segunda-feira, 18 de novembro de 2013

Corredor Polonês

Uma brincadeira que existia nas escolas em que estudei, durante praticamente todo ensino fundamental. Não tinha regras, líder, tampouco cronômetro. Nunca soube quem inventou.

Começava sem aviso. Um pequeno grupo se posicionava ao redor de uma passagem qualquer: um corredor, a entrada de uma sala, um canto do pátio. Ficavam ali com cara de paisagem, sem dizer ou fazer nada. Então outros, sem convite (olhares cúmplices valem como convite?) posicionavam-se ao lado, até uns 12 a 16 formarem um corredor. A partir dali, cessava todo o tráfego no local. Porque o Corredor Polonês estava formado. Quem passasse tomaria uma série de bordoadas dos que formavam o corredor, com o que tivessem a mão, a pasta, uma blusa enrolada, pés, tapas, enfim...

Então um corajoso pegava embalo e atravessava a toda velocidade se defendendo como podia. E chegava vitorioso do outro lado, passando a fazer parte do corredor. Na sequência outros tomavam coragem e atravessavam.
 
A coisa ia assim, brincadeira civilizada, até o momento em que tudo virava baderna (estapeamento geral) ou um inspetor aparecia. Aí o corredor se dissipava e a molecada voltava a seus afazeres.
 
Tem gente que acha que as crianças de hoje, com seus videogames, imersas num mundo politicamente correto, é que se divertem.

Em tempo: meninas bonitas e/ou de desenvolvimento precoce eram imunes ao corredor.